17/10/2024
Quando esfria, colocamos um casaco ou uma calça mais grossa. Quando esquenta, optamos por roupas mais leves e frescas. Já existem até tecidos que são finos e capazes de manter a temperatura corporal, ou outros que facilitam a transpiração e ajudam a refrescar. Mas, pesquisadores da Universidade da Califórnia foram além e estão criando um tecido capaz de controlar a temperatura, ajustando o aquecimento de acordo com a necessidade de quem está vestido.
A inspiração para essa inovação veio da natureza, mais especificamente da pele da lula, que muda da cor de acordo com o ambiente. O material que eles criaram pode ser integrado a tecidos flexíveis, permite a passagem de ar e é lavável.
“A pele da lula é complexa, tem múltiplas camadas que trabalham juntas para manipular a luz e mudar a coloração e os padrões gerais do animal”, explicou o professor Alon Gorodetsky, que está à frente da equipe.
“Algumas das camadas contêm órgãos chamados cromatóforos, que transitam entre estados expandidos e contraídos, mediante ação muscular, para mudar a forma como a pele transmite e reflete a luz visível.”
No caso do tecido, os pesquisadores incorporaram um material que, ao invés manipular a luz visível, opera no espectro infravermelho. O professor explica que, quando as pessoas se aquecem, elas emitem parte do seu calor como radiação infravermelha invisível.
E foi deste princípio que surgiram roupas capazes de se adaptar a estas emissões e, mais do que isso, manipular o calor, com recursos de termorregulação que ajustam com precisão à temperatura desejada pelo usuário.
De acordo com a pesquisa publicada no periódico APL Bioengineering, o material consiste em um polímero coberto por ilhas de cobre, e esticá-lo separa as ilhas e muda a forma como ele transmite e reflete a luz infravermelha.
Em pesquisa anterior, a equipe modelou as propriedades infravermelhas adaptativas de seu material composto. Agora, eles aperfeiçoaram o material para aumentar sua funcionalidade, tornando-o lavável e respirável .
A integração com o tecido acontece com integrado ao uma película fina aplicada sobre a roupa para permitir uma lavagem fácil que preserve o material, uma necessidade prática para qualquer vestuário.
Para tornar o material composto respirável, a equipe o perfurou, produzindo uma série de furos. O produto resultante exibiu permeabilidade ao ar e ao vapor de água semelhante aos tecidos de algodão. Os pesquisadores então aderiram o material à malha para demonstrar a integração direta do tecido.
Eles testaram as propriedades adaptativas de infravermelho do material e usaram uma placa quente protegida contra suor (SGHP) instalada em uma câmara personalizada para testar as propriedades termorreguladoras dinâmicas.
Mesmo com camadas de película fina simultâneas, perfurações e integração de tecido, o desempenho de gerenciamento de calor dos materiais não foi afetado.
“Nosso material agora abre oportunidades para a maioria das aplicações em peças de vestuário, mas pode ser particularmente importante para as roupas usadas em clima frio, como jaquetas de esqui, meias térmicas, luvas isolantes e chapéus de inverno”, disse Gorodetsky.
Ele diz que, além das possíveis aplicações para o tecido, o processo de fabricação usado pela equipe para desenvolvê-lo também é cheio de potencial.
“As estratégias usadas para garantir aos materiais respirabilidade, lavabilidade e compatibilidade de tecidos podem ser traduzidas para vários outros tipos de sistemas vestíveis, como eletrônicos laváveis, materiais têxteis elétricos e elásticos, além de materiais de coleta de energia”, afirma o cientista.
Fonte: CicloVivo
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