08/10/2024
Manter o corpo hidratado é importante para manter a saúde em dia. Então, você compra uma garrafa de água sempre que pode para cuidar bem do seu corpo, certo? Errado. Infelizmente, quando bebemos água que vem em garrafas plásticas, podemos estar prejudicando a nossa saúde e a saúde do planeta.
É isso que afirma um novo relatório publicado por especialistas em saúde populacional que avaliaram o impacto da água engarrafada na saúde das pessoas e no meio ambiente.
“O uso generalizado de água engarrafada contribui significativamente para a poluição; expõe as pessoas a contaminantes potencialmente prejudiciais e também contribui para as emissões de gases de efeito estufa ”, disse Amit Abraham , autor principal e professor assistente de ciências clínicas de saúde populacional na Weill Cornell Medicine–Qatar (WCM-Q), à Newsweek.
A presença de microplásticos e substâncias nocivas ao organismo humano já foi confirmada em uma série de estudos. O plástico está no nosso sangue, órgãos e é responsável pelo entupimento de artérias cardíacas.
A poluição plástica é ainda mais visível quando olhamos em volta: garrafas plásticas estão espalhadas em lojas e supermercados, e também pelas ruas, praias, rios, oceanos, aterros sanitários e lixões.
Segundo os cientistas, a cada minuto, um milhão de garrafas de água são compradas em todo o mundo e esse número vai seguir crescendo conforme a demanda e apenas 9% deste volume de plástico é efetivamente reciclado. Outro grave problema é que, diferente do que dizem os rótulos que vendem “água pura”, a água engarrafada traz uma série de riscos à saúde.
Entre as ameaças estão produtos químicos tóxicos que vêm exatamente da embalagem plástica, especialmente quando as garrafas ficam armazenadas por um longo período de tempo ou são expostas a altas temperaturas e luz solar.
Estima-se que 10 a 78 por cento das amostras coletadas de água engarrafada continham contaminantes, incluindo ftalatos, bisfenol A (BPA) e microplásticos, que geralmente são classificados como desreguladores hormonais ou endócrinos.
A contaminação por microplásticos tem sido associada à desregulação do sistema imunológico, estresse oxidativo e mudanças nos níveis de gordura no sangue. Os autores disseram que a exposição ao BPA tem sido associada à pressão alta, doenças cardíacas, diabetes e obesidade.
“Embora existam limites de segurança de curto prazo, os efeitos de longo prazo desses contaminantes permanecem em grande parte desconhecidos”, disse Abraham. Além disso, segundo os autores, a água engarrafada geralmente não é submetida aos mesmos padrões de segurança e qualidade da água da torneira – uma opção mais ecológica e segura.
Não é possível eliminar 100% das garrafas plásticas para o fornecimento de água no mundo, mas é possível reduzir e muito o seu uso. O relatório revela que cerca de dois bilhões de pessoas no mundo dependem de água engarrafada porque têm acesso limitado ou nenhum acesso seguro à água potável.
Mas, a maioria das pessoas e empresas opta por esta embalagem porque ela é mais conveniente ou foi comercializada como uma escolha mais segura e frequentemente mais saudável do que a água da torneira.
Se você vive em um local com acesso à água potável e filtros, não compre água em garrafas plásticas – opte por alternativas mais saudáveis para seu corpo e para o planeta em que vivemos. Esta escolha tem um impacto direto em diversas outras formas de vida que dividem a Terra com a humanidade.
As garrafas plásticas são o segundo poluente mais comum nos oceanos, compondo 12% dos resíduos plásticos. Além da poluição causada pelo descarte dessas embalagens, os autores acrescentam que a extração das matérias-primas necessárias para fazer garrafas plásticas, bem como o processo de fabricação delas, contribui significativamente para as emissões globais de gases de efeito estufa.
“Coletivamente, as evidências acumuladas ressaltam o papel fundamental das intervenções governamentais e campanhas educacionais na mudança da percepção e do comportamento público. Essas campanhas devem destacar a administração ambiental e os benefícios à saúde da escolha da água da torneira, efetivamente impulsionando uma mudança cultural em direção a práticas de consumo mais sustentáveis”, disseram os autores.
Embora algumas medidas tenham sido tomadas para controlar o uso de plásticos de uso único e facilitar o consumo de água potável em espaços públicos e restaurantes, os autores disseram que muito mais precisa ser feito.
“A dependência da água engarrafada acarreta custos significativos de saúde, financeiros e ambientais, exigindo uma reavaliação urgente de seu uso generalizado”, disseram os autores. “Ao priorizar o consumo de água da torneira, podemos abordar coletivamente esses desafios e adotar a água da torneira como uma pedra angular da responsabilidade ambiental e da saúde pública.”
Fonte: CicloVivo
Parque da Tijuca lança pista de mountain bike para crianças
21/11/2024
Desmatamento na Mata Atlântica cai 55% no primeiro semestre
21/11/2024
Maior peixe do mundo é flagrado por pesquisadores pela 1ª vez no mar do ES
21/11/2024
Recorde de queimadas no pantanal nos últimos anos ameaça espécie de cobra exclusiva do bioma
21/11/2024
Área queimada no Brasil de janeiro a outubro equivale ao território de Tocantins
21/11/2024
Máquina de ´dessalinização´ das águas é instalada no Arquipélago do Bailique, no AP
21/11/2024