03/10/2024
Uma praia da cidade de Conceição da Barra, no Norte do Espírito Santo, é a segunda mais poluída por microplásticos de todo o Brasil. Ela ficou atrás apenas de Mongaguá, em São Paulo. Essa poluição se refere a partículas de plástico de até 5 milímetros consumidas pelos animais marinhos.
O estudo analisou as praias de Pontal do Sul e de Itaúnas. Segundo os resultados, a cada metro quadrado da Praia do Pontal do Sul, foram encontrados 44 pedacinhos de microplásticos, o que está acima da média do país, que é de 4,5 microplásticos por metro quadrado.
Entre o material mais encontrado pelos pesquisadores, foram identificados em maior quantidade pedaços de plástico duro e linhas de nylon.
O estudo foi divulgado pela ONG Sea Shepherd Brasil em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP). Foi realizada uma análise a partir de amostras coletadas em cada uma das 306 praias visitadas em todo o Brasil.
Conforme o relatório, a poluição do oceano causada por plásticos é descrita pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um dos maiores problemas ambientais da história. Segundo o estudo, 100% das praias analisadas do Brasil contêm resíduos plásticos.
O plástico chegou até áreas mais afastadas da ação humana. Em 2023, cientistas e pesquisadores identificaram rochas que estão sendo formadas por plástico na Ilha da Trindade, um paraíso quase inabitado que fica a 1.140 quilômetros de Vitória, no Espírito Santo. Esta é a ilha brasileira mais distante do continente.
O novo estudo divulgado agora mostra também que microplásticos foram encontrados em 97% dos locais analisados. Do total de poluentes, 91% são plásticos, sendo 61% itens descartáveis, como tampas de garrafa. Entre os macros resíduos, o maior volume encontrado foi o de bitucas de cigarro.
A pesquisa foi divulgada na quinta-feira (19). Foram 16 meses de expedição, 7 mil quilômetros percorridos, 306 praias e 201 municípios visitados.
No Espírito Santo, 17 praias em 13 municípios foram analisadas pela pesquisa. Confira a lista: Praia das Falésias - Marataízes, Praia do Martins (Martinho) - Itapemirim, Praia do Aghá (Secreta) - Itapemirim, Praia do Além - Anchieta, Praia do Riacho - Guarapari, Praia do Ermitão - Guarapari, Praia Curva da Jurema - Vitória, Praia da Concha - Vila Velha, Praia da Capuba - Serra, Praia dos Padres - Aracruz, Praia do Coqueiral - Aracruz, Praia de Comboios - Aracruz, Praia do Pontal do Ipiranga - Linhares, Praia de Barra Seca - Linhares, Praia de Guriri - São Mateus, Pontal do Sul - Conceição da Barra e Itaúnas - Conceição da Barra.
A expedição seguiu uma metodologia científica rigorosa, seguindo o protocolo da Unep para a coleta de dados, com amostras analisadas em laboratório para identificar a origem dos microplásticos.
O estudo mapeou as regiões mais e menos afetadas pela poluição, destacando áreas críticas. Cidades do Sul e Sudeste estão entre as mais impactadas.
Embora o estudo apresente um ranking de praias e cidades mais poluídas, a presidente da Sea Shepard, Nathalie Gil, destacou que é importante considerar com cautela os resultados dessas análises mais focais, devido à menor representatividade do tamanho das amostras em algumas áreas.
"Esses dados fornecem uma fotografia indicativa relevante para gestores locais, ajudando a orientar ações de limpeza e preservação. Foi feita apenas uma leitura por praia. O estudo tem a intenção de mostrar uma fotografia nacional da situação dos resíduos no país e não tem a intenção de confirmar ranking de praias. Nossa intenção de mostrar os resultados em níveis de praias é para entender a variação máxima e mínima de cenários, e como estes são presentes em diversos estados do país e não isolados", pontuou.
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