UERJ UERJ Mapa do Portal Contatos
Menu
Home > Atualidades > Notícias
Entenda o que é a captura de carbono que limpa o ar em escala industrial

25/04/2024

A descarbonização de setores-chave da economia virou um assunto de urgência máxima. E, ao mesmo tempo em que alternativas aos combustíveis fósseis têm se tornado o foco, a outra ponta desses esforços também tem recebido atenção crescente: a de remoção e captura de carbono.
Faz parte do conceito de "net zero", ou seja, de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050 para evitar o ponto de "não-retorno". Isso vai acontecer quando a quantidade de carbono levada à atmosfera for igual à quantidade que é removida.
É nesse sentido que surgem as tecnologias de CCUS, sigla em inglês para captura, utilização e armazenamento de carbono, ou apenas CCS, quando usar o carbono capturado não entra na equação.
Trata-se de uma frente de combate à crise climática considerada fundamental pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), da ONU, e pela IEA (Agência Internacional de Energia) –e um mercado que, hoje, movimenta cerca de US$ 10 bilhões ao ano, principalmente por meio de créditos de carbono.
Entenda abaixo os principais pontos sobre o CCUS, quais são as subdivisões desse setor, as críticas envolvidas, os países líderes na implementação das tecnologias e em que pé elas estão no Brasil.
As tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono são "transversais", nas palavras da IEA. Ou seja, andam ao lado de outras estratégias de combate à crise climática, especialmente as que visam substituir a queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural, por fontes de energia limpa.
Não se trata de uma solução milagrosa ou o foco principal da transição energética. Pelo contrário: de acordo com a IEA, em relatório publicado em setembro do ano passado, a captura de carbono representa 8% das reduções totais de emissões globais até 2050.
8%, no entanto, não é um número irrisório. A ideia é que as tecnologias de CCUS consigam compensar pelas emissões de setores que, mesmo adotando todas as estratégias de descarbonização possíveis, não conseguem ser livres de carbono.
"O CCS [ou CCUS] é uma atividade cujo único objetivo é reduzir as emissões de outra atividade", diz Isabela Morbach, fundadora da CCS Brasil, organização sem fins lucrativos que visa estimular o desenvolvimento do setor no Brasil.
"A indústria de cimento é um bom exemplo: no mundo, há um esforço tremendo para descarbonizar a cadeia de produção. Mas mesmo reduzindo tudo que há para reduzir, ainda sobram 40% das emissões que não conseguem ser abatidas, a não ser pela implementação de CCS."
A meta é que todas as frentes de CCUS capturem, por ano, 1,2 bilhão de toneladas de CO2 a partir de 2030 –um pouco mais do que é produzido por todos os aparelhos de ar-condicionado do mundo anualmente.
Mas, a seis anos da meta, o setor não está no caminho certo.
No estágio atual, são capturadas 45 milhões de toneladas por ano em todo o mundo, vindas de instalações comerciais. Nos últimos anos, empresas impulsionadas por incentivos nos Estados Unidos e na Europa têm se movimentado para adicionar novos projetos ao mapa, o que levaria a cifra a 400 milhões de toneladas/ano até 2030 –ainda muito aquém do necessário.
Os esforços, porém, crescem ano a ano. A previsão do BCG (Boston Consulting Group) é que, até 2040, todo o mercado CCUS cresça para US$ 135 bilhões, fomentado por incentivos governamentais e empresas interessadas em créditos de carbono.
Há ainda outro ponto: o setor não passa ileso de controvérsias. Ativistas climáticos temem que ele possa ser uma espécie de "passe livre" para que grandes emissores de CO2 não alterem significativamente seus modelos de negócios ou reduzam a queima de combustíveis fósseis.
Mas a própria IEA emitiu um relatório que precifica o que um "efeito rebote" traria para os principais emissores hoje. Alertando contra "expectativas excessivas e dependência" da captura de carbono, a agência estima que custaria US$ 3,5 trilhões por ano para capturar ou compensar todas as emissões da produção atual de petróleo e gás natural.
A captura de carbono, concluiu o relatório, "não é uma forma de manter o status quo".
O CCUS tem três principais subdivisões: a captura nas fontes de emissão, o sequestro de biomassa e a eliminação de carbono já emitido da atmosfera. Ou seja, ele intervém em toda a cadeia de carbono, antes, durante e depois de emitido à atmosfera.

Conclua a leitura clicando na Folha de S. Paulo

Novidades

Marcel Gomes, jornalista brasileiro, ganha “Nobel Verde” 2024

02/05/2024

O jornalista brasileiro Marcel Gomes, secretário-executivo da Repórter Brasil, será laureado com o P...

Xadrez nuclear: Futuro de Angra 3 pode influenciar liderança do Brasil no combate às mudanças climáticas

02/05/2024

Após quatro décadas de idas e vindas, o futuro da usina nuclear de Angra 3, no litoral fluminense, v...

São José dos Campos começa a gerar energia a partir do lixo

02/05/2024

Desde 2008, a empresa Urbam (Urbanizadora Municipal) opera uma central em São José dos Campos para t...

Com mais de 17 mil focos, Brasil registra recorde de queimadas em 2024

02/05/2024

A um dia de terminar o mês de abril, o Brasil ultrapassou a marca de 17 mil focos de incêndio e supe...

Os quilombolas que estão desafiando mineradora britânica acusada de soterrar rio na Chapada Diamantina

02/05/2024

Uma cratera cinza em um mar de montanhas verdes. Esse é um cenário de Piatã, cidade da Chapada Diam...

Conservação ambiental e tecnologia são estratégias de comunidades indígenas empreendedoras

02/05/2024

Quem adquire um produto artesanal da marca Menire, como uma bolsa, pulseira ou brinco, produzido pel...