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Pescadores da Baía de Sepetiba reclamam do impacto da instalação de usinas termelétricas flutuantes na região

30/06/2022

Pescadores reclamam do impacto da instalação de linhas de transmissão e usinas termelétricas na Baía de Sepetiba, na Zona Oeste do Rio. Áreas de mangue da região foram devastadas. As usinas ainda não têm o licenciamento do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para funcionar.
O pescador Carlos Pereira reclama que o peixe sumiu da região.
"Na pescaria, passava a noite e eu trazia uma quantidade boa de peixe. Hoje em, dia eu não trago mais. O que a gente está consumindo hoje não está dando para pagar os nossos gastos por causa da instalação dessas empresas", disse Pereira.
Os pescadores voltam do mar com os barcos vazios. Atualmente, o trabalho de uma noite inteira não enche mais do que uma caixa de pescado. Atualmente uma empresa trabalha na Baía de Sepetiba para instalar quatro usinas termelétricas flutuantes.
O pescador Valdeli Ramos diz que a empresa está poluindo a região.
"Antes, a gente parava ali na boca da barra para jogar a rede, ficava uma hora e a rede já vinha cheia de peixe. A gente conseguia encher vários isopores. Hoje, você vai lá, passa o dia, passa a noite para pegar meia dúzia de peixes. Depois da chegada dessas empresas aí, terminou. Essas empresas estão poluindo tudo", disse o pescador.
Esta semana, pescadores de Santa Cruz e Sepetiba fizeram um protesto contra a instalação das usinas.
"Estão impedindo o livre acesso de ir e vir dos pescadores, com as embarcações de barcas flutuantes, que carregam os funcionários e materiais. Nós não precisamos de energia, nós precisamos ter o direito de pescar porque é uma tradição ,é uma cultura. Não se mexe, não se impede a cultura de um povo, de uma população ribeirinha de pescadores", disse um dos manifestantes.
Eles denunciam que até o mangue foi invadido, como contou o pescador Elson da Silva.
"Cortaram mesmo muita árvore de mangue. Aqui nessa torre que botaram aqui tem uma rua assim, uma cratera dentro do manguezal que eles abriram para poder passar com caminhão para fazer essas torres aqui. Não temos liberdade mais para sobreviver aqui", disse Silva.
A Comissão Estadual de Controle Ambiental (Ceca) decidiu que não há necessidade de que a empresa responsável apresente Relatório de Impacto Ambiental (Rima) para instalar as quatro termelétricas flutuantes .
O Inea afirma que as usinas flutuantes não tiveram o licenciamento concluído. Os estudos e documentos técnicos ainda estão em análise.
O professor Mário Soares, coordenador do Núcleo de Estudos em Manguezais (Nema), da Uerj, é contra as instalações naquele local. Ele afirma que as termelétricas produzem energia suja com emissão de gases de efeito estufa e que poluem a atmosfera. Além de impactos associados, como barulho, iluminação à noite e até aquecimento da água.
"E uma série de outros impactos também estão associados, como por exemplo, a poluição térmica. A estrutura da usina, ela tem que ser resfriada e para isso ela utiliza a água do mar. Ela capta a água do mar e lança essa água depois aquecida, extremamente aquecida ,no ambiente, o que vai impactar toda a vida marinha e pode causar sérios danos. Além disso, vários outros tipos de resíduos são gerados. E durante a noite as estruturas são iluminadas. Vida marinha, aves, pescadores terão seu modo de vida proibido", disse o professor.

A reportagem na íntegra pode ser lida no g1

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