01/02/2024
O Brasil registrou no primeiro mês do ano 243.721 casos (prováveis e confirmados) de dengue, um aumento de mais de 160% se comparado a janeiro de 2023, quando o país contabilizou 93.298 casos. Enquanto os casos subiram, o número de mortes caiu de 61 (2023) para 24 (2024) — vale ressaltar que 163 óbitos estão em investigação. Os números estão disponíveis no painel de arboviroses do Ministério da Saúde e foram atualizados na quarta-feira (31) às 14h17.
🦟🦟🦟O total registrado em janeiro já ultrapassou todos os casos de 2017. Naquele ano, o governo contabilizou 239.389 notificações.
O aumento em 2024 nos casos ocorreu em todas as faixas etárias, com pessoas de 30 a 39 anos concentrando o maior número de registros — foram 48.672 notificações só em janeiro. No ano passado, as notificações para esse público chegaram a 18.796.
"Uma das características da dengue no Brasil é sua distribuição democrática por faixa etária. Por mais que vejamos a pirâmide de registro de casos, se você fizer recortes, a incidência é muito igual. A dengue afeta todas as idades, não é como a meningite, por exemplo, que afeta mais as crianças", explica o infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
O Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina da dengue Qdenga ao Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro de 2023. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.
No começo deste ano, o governo divulgou o público-alvo e a lista das cidades que receberão o imunizante (cerca de 500 municípios em 16 estados). A restrição na cobertura vacinal se deve à baixa capacidade na produção do imunizante pelo laboratório Takeda Pharma.
Serão vacinadas crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. Segundo o ministério, essa é a segunda faixa etária com mais hospitalizações: 16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023.
O público que concentra o maior número de hospitalizações é o de idosos. No entanto, a Qdenga não está liberada para os maiores de 60 anos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o imunizante para pessoas de 4 a 60 anos.
Ao todo, serão entregues 6,5 milhões de doses -- 5,2 milhões foram compradas pelo governo brasileiro e o restante foi doado pela fabricante. O volume, segundo a Takeda, é o limite da sua capacidade de produção. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses.
De acordo com o Ministério da Saúde, a projeção do aumento de casos da doença se deve a fatores como a combinação entre calor excessivo e chuvas intensas (possíveis efeitos do El Niño) e ao ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue no Brasil.
Em entrevista ao podcast "O Assunto", Stefan Cunha Ujvari, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e autor do livro "A história das epidemias", explicou que é normal ter epidemias de dengue de tempos em tempos.
"A gente estava esperando a qualquer momento o aparecimento dessa epidemia. E, logicamente, a epidemia depende de vários fatores, como o aumento de temperatura, que favorece a proliferação do mosquito, um período de chuvas intensas, que aparece principalmente nos períodos de El Niño e, por isso, a gente pode ter nossas epidemias de dengue. A gente já tem os quatro tipos do vírus da dengue circulando no Brasil".
O infectologista ressaltou que o El Niño e as ondas de calor são ambientes favoráveis para o mosquito da dengue. "No verão, com a chuva e a onda de calor, começa a aumentar a população de mosquito e, por isso, o pico das epidemias é esperado no final de março e começo de abril. Então, ainda tem perspectiva grande de piorar o quadro".
Confira a série histórica de casos de dengue no g1
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