21/11/2019
Nem um piscinão dentro do Jockey nem uma galeria subterrânea até a Lagoa: a prefeitura apresentou nesta segunda, durante o anúncio do Plano Verão de prevenção às chuvas , uma terceira alternativa para tentar dar um fim aos alagamentos na Rua Jardim Botânico. A administração municipal pretende agora elevar em 80 centímetros um trecho da via, entre a General Garzon e a Praça Santos Dumont, com a colocação de sucessivas camadas de asfalto. O serviço, que, segundo o prefeito Marcelo Crivella, começa esta semana, já provoca reações de engenheiros e da associação de moradores do bairro.
De acordo com o secretário de Infraestrutura e Habitação, Sebastião Bruno, a pista da Jardim Botânico terá inclinação no sentido do meio-fio, que ganhará mais duas bocas de lobo (ralos) de cada lado. A pasta não informou detalhes da obra, o custo, quem vai executá-la ou o prazo para sua conclusão.
A solução foi criticada pelo presidente da Associação de Moradores do Jardim Botânico, Heitor Wegmann.
— Vão deixar a rua na altura da mureta do Jardim Botânico (parque)? Espero que estejam falando de oito, e não de 80 centímetros — reagiu Wegmann. — O que a prefeitura precisa é desobstruir os ramais de drenagem e ter um protocolo determinando a abertura das comportas (da General Garzon, do Jardim de Alah e Visconde de Albuquerque) na iminência de um temporal — defendeu.
Para Luiz Carneiro, diretor do Clube de Engenharia, elevar o nível da rua significa transferir a inundação para o parque, Jockey Club e prédios.
— A Rua Jardim Botânico enche por causa do Rio dos Macacos, que não tem como escoar. A solução é concluir o túnel extravasor, que vai do Vidigal até a Rua Marquês de São Vicente. Se houver uma caixa de ligação, ele poderá captar águas do Rio Rainha. De lá, o túnel seguiria em rocha até o Jardim Botânico, onde poderia captar a água excedente do Rio dos Macacos.
Ex-secretário de Obras, o deputado Luiz Paulo Corrêa (PSDB) também entende que a solução passa pelo escoamento do Rio dos Macacos, seja através do túnel extravasor ou outro projeto:
— Para colocar 80 centímetros de asfalto, teriam que elevar meios-fios e calçadas, e as soleiras dos imóveis ficariam enterradas. Vai inundar o que estiver mais baixo.
O engenheiro civil Francisco Mourão, consultor em engenharia diagnóstica, considera a intervenção anunciada uma “solução de improviso”:
— Se não aumentar a vazão das galerias, a inundação vai continuar.
O Jockey disse estar convencido de que a prefeitura não adotará medida que prejudique o espaço. O presidente do Jardim Botânico, Sergio Besserman, não se pronunciou.
Especialista em recursos hídricos e professor da Escola Politécnica da UFRJ, Marcelo Miguez lembra que só a melhoria do sistema de drenagem e de alertas pode minorar efeitos de temporais.
O prefeito e o secretário Sebastião Bruno anunciaram ainda outras obras e mudanças no sistema de alerta da cidade. Além dos três estágios já existentes (normalidade, atenção e crise), serão criados mais dois: o de mobilização, antes do atual estágio de atenção, e o de alerta, quando os ventos superaram 90 km/h, e a chuva atingir 25mm em 15 minutos. Outra novidade é o protocolo de fechamento preventivo de vias como a Avenida Niemeyer, a Estrada Grajaú-Jacarepaguá e o Alto da Boa Vista, com a instalação de 21 cancelas.
Segundo o prefeito, estão sendo investidos R$ 80 milhões em obras, 90% delas já executadas. Entre as intervenções estão melhorias da drenagem na Rua do Catete e na Avenida Armando Lombardi e a dragagem do Rio Muzema.
Um levantamento do gabinete da vereadora Teresa Bergher (PSDB) aponta corte de 30% em 2020 em ações de prevenção de enchentes na cidade.
Fonte: O Globo
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