22/10/2019
Um novo som está ecoando no Largo da Carioca e atraindo a curiosidade das pessoas que circulam diariamente por um dos trechos mais movimentados do Centro do Rio. A música não vem dos artistas de rua que costumam fazer daquela praça o seu palco, mas de um relógio histórico que acaba de ser restaurado e recuperou as badaladas musicais que haviam sido silenciadas por quase duas décadas.
É uma música diferente para cada hora redonda, das 7h às 21h, num repertório variado que vai da clássica “Aleluia” de Haendel a marchinha “Tá chegando a hora”, de Rubens Campos e Henricão, passando por “Cidade Maravilhosa”, de André Filho; “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira; e “Valsa de uma cidade”, de Ismael Netto e Antonio Maria. As músicas e a sequência são as mesmas introduzidas numa das últimas reformas da peça, em 1999. Pouco tempo depois o relógio deixou de funcionar. Quem passa pelo local, aprova a novidade.
— Ficou muio bonito e gostei da musiquinha. O monumento já fazia parte do meu roteiro, mas agora está bem melhor — aprovou guia turístico Fernando Ruiz, que acompanhava um grupo de turistas de diferentes nacionalidades em um passeio pelo Centro do Rio.
O monumento é de 1909 e era originalmente um lampadário decorativo, composto por peças ornamentais e feitas em ferro fundido. Foi o segundo do Rio. O primeiro lugar da cidade a ganhar esse tipo de iluminação pública especial foi a Lapa, em 1906, logo após a abertura da Avenida Central, atual Rio Branco.
O relógio de quatro faces que está no topo do monumento chegou um pouco mais tarde. Foi instalado em 1947, na gestão do prefeito Mendes de Moraes. Junto com o da Glória, é um dos únicos relógios monumentais da cidade. Sua instalação no alto do lampadário exigiu uma adaptação com a remoção das luminárias superiores, tendo sido mantidas apenas as inferiores.
Apesar de ter sobrevivido às diversas transformações do Largo da Carioca ao longo dos anos — na década de 1970 precisou ser desmontado e guardado, por conta das obras do metrô —, o monumento não ficou livre da degradação, da ação do vandalismo e do furto de peças e equipamentos, além da ação do tempo. Problemas como esse fizeram com que a restauração minuciosa demorasse seis meses para ser concluída.
— O monumento estava abandonado há muito tempo. Tinha muitas peças faltando, que foram roubadas, muita ferrugem e sujeira. Toda a parte de mecanismo do relógio teve de ser substituída e modernizada. Além disso, havia muitas pedras do piso quebradas, na base do monumento, e precisaram ser trocadas. Foi um trabalho difícil — afirmou Francisco Monteiro, dono da AQ Engenharia, responsável pela restauração, que foi bancada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo Monteiro, a parte mais complicada foi a restauração das peças em ferro fundido, como as esculturas, que ficam numa base circular do monumento onde se apoiam três sereias aladas representando o comércio, a indústria e a navegação. Ele contou que para esse trabalho teve de correr atrás de empresas em outros estados, porque não há mais quase lugares onde se fazer fundição artística no Rio de Janeiro, onde essa atividade está praticamente extinta.
Leia a reportagem completa em O Globo
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