19/09/2019
Ano passado, quando embarcou na turnê “A mulher do Pau-Brasil”, em que falava sobre a identidade artística brasileira, Adriana Calcanhotto sentiu na plateia a efervescência pré-eleitoral e a polarização que tomaram conta do país.
— Houve momentos em que eu dava um passo para trás e deixava as pessoas se manifestarem — conta.
Agora, ela acredita, o mar está mais calmo para receber “Margem”, show que estreia nesta terça-feira, no Teatro Riachuelo, no Rio. A base é o disco homônimo lançado em junho, o último título da trilogia marinha iniciada por Calcanhotto em 1998 com “Marítimo”, e continuada com “Maré”, de 2008. O repertório tem ainda canções dos outros dois álbuns e sucessos da carreira, que ela apresenta ao lado de Rafael Rocha (bateria), Bruno Di Lullo (baixo) e Bem Gil (guitarra).
No single “Ôguntê” você aparece coberta de plástico, cercada de lixo. “Margem” também fala bastante da poluição dos oceanos, né?
O meu figurino é todo reciclado de outros trabalhos. A única coisa comprada é um tênis Parley, feito de lixo retirado do mar. É essa ideia de não produzir tanto lixo. Anos atrás, Sonia Braga botou um macacão abóbora, foi tirar lixo da rua e todo mundo disse que ela era doida. Todos é que estavam doidos, certa era ela. E foi ridicularizada. Quando a Lucélia Santos pegou um ônibus, foi ridicularizada. Isso não cabe mais, não dá mais tempo, temos que agir.
Acha que as pessoas veem com distanciamento as questões do meio ambiente?
Amazônia está queimando há tempos. Quando lancei o “Marítimo”, as questões eram os barcos de pesca japoneses, camuflados de barco de pesquisa, caçando baleia ilegalmente. Isso foi em 1998. Hoje, as pessoas sacaram que estão comendo o plástico que elas jogam fora. O microplástico tá na barriga dos peixes, os bebês estão mamando microplástico. Não tenho outra palavra que não seja cansaço. As pessoas ficam numa inércia como se fosse em outro planeta. Mas já tive menos esperança. A partir da Greta (Thunberg, jovem sueca que deu início a um movimento internacional de greves de estudantes contra as mudanças climáticas )... Ela não pega um avião, pega um barco sem banheiro, isso é novidade.
A entrevista completa pode ser lida em O Globo
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