18/07/2019
Se você, caro leitor, mora na cidade do Rio de Janeiro, certamente já ouviu a expressão: “O Rio não é para amadores”. Com uma desigualdade monstruosa e uma desordem urbana muito orquestrada pela especulação imobiliária, a cidade também pode ser um paraíso por conta de suas riquezas naturais e sua biodiversidade. Ande pelas ruas querendo fazer contato com o som de pássaros e, em pouco tempo, passará a distinguir o canto do Bem-te-Vi de um Tucano ou de um Sabiá Laranjeiras. Temos, em média, 400 espécies pelos céus, número que muitos países europeus nem sonham em ter. E mais: são pássaros da floresta e de litoral, às vezes voando muito perto, como nos céus do Jardim Botânico, que fica colado à Floresta.
O privilégio, no entanto, tem sido obtido por poucos. Não só pelas condições de moradia ou pela desordem urbana, mas muito possivelmente porque os habitantes da cidade nem sempre temos o dom de perceber a natureza que nos cerca. Esta relação entre o homem, o Rio de Janeiro e seu Jardim e floresta é um dos motes do documentário “Templo Verde”, dirigido e produzido pelo documentarista Luiz Eduardo Lerina (veja aqui o trailler). O filme vai ser apresentado no dia 17 de agosto na exposição sobre Burle Marx que acontece até o dia 29 de setembro no Jardim Botânico de Nova York.
Se podemos chamar assim, o filme de Luiz Eduardo Lerina tem uma protagonista, a paisagista Cecília Beatriz, em quem o diretor se inspirou ao dar o título. Passeando pelas aleias do Jardim Botânico, cenário principal do documentário, Cecilia diz que o considera uma espécie de Templo Verde. E segue seu pensamento, fazendo um paralelo interessante entre o consumismo desarvorado que vemos crescer na nossa era e aquilo que se obtém da natureza:
“O que a natureza nos dá não é consumo. Quando a pessoa compra alguma coisa, ela usa e descarta. Na natureza, tudo que se absorve não nos sai mais da mente”, diz ela para as câmeras de Lerina.
As imagens capturadas são sensíveis, lindas, um bálsamo para vistas que têm sido tão machucadas nos últimos tempos, com tantos eventos urbanos aflitivos. Durante os 57 minutos do filme, é permitido se deixar deleitar e lembrar que sim, vivemos numa cidade privilegiada. E que faz bem para a saúde perceber isto.
Para saber mais sobre este documentário, leia mais no G1
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