11/06/2019
Na semana em que o mundo celebrou o Dia do Meio Ambiente (na quarta-feira), uma grande proliferação de gigogas no complexo lagunar de Jacarepaguá deixou o Rio sem clima para comemorações. Desde segunda-feira, a Comlurb recolheu 118 toneladas da planta na Praia da Barra.
As gigogas, que se proliferam rapidamente quando há despejo de esgoto, alcançaram a praia por conta das chuvas e dos ventos dos últimos dias. Quem mora na região diz que o volume de plantas aumentou drasticamente ao longo de duas semanas. A única ecobarreira das lagoas da Tijuca, de Jacarepaguá e de Marapendi não foi suficiente, e, apesar do esforço de garis, ontem elas continuavam avançando por canais e tomando a areia.
— Na maré baixa, se não houver uma barreira eficiente para segurar essas plantas nas lagoas, elas chegam à orla da Barra. E, dependendo da quantidade, podem atingir também as praias da Zona Sul. Infelizmente, não podemos dizer que se trata de uma situação nova para a cidade — disse o biólogo Mario Moscatelli, especialista nos ecossistemas da região. — Desta vez, o que mais me impressionou foi a enorme quantidade de lixo misturado às gigogas. É um perigo para os banhistas porque há de tudo, até agulhas, seringas e cacos de vidro.
Moscatelli, que acompanhou o trabalho dos garis, alertou que a situação não mudará sem uma política pública eficiente, que universalize a coleta de esgoto na região. Outra questão crítica, segundo o biólogo, é a falta de manutenção das barreiras ecológicas instaladas nas lagoas:
— A que existe na Lagoa da Tijuca está nas últimas, foi um quebra-galho que veio da Baía de Guanabara para substituir a que afundou na época da Olimpíada de 2016. Até hoje as autoridades não colocaram outra.
A despoluição do complexo lagunar de Jacarepaguá fazia parte do caderno de encargos dos Jogos. No entanto, o projeto, que foi orçado em R$ 673 milhões e tinha como um de seus objetivos a dragagem de 5,7 milhões de metros cúbicos de dejetos (quantidade suficiente para encher sete Maracanãs), acabou sendo abandonado.
Em nota, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) afirmou ontem que a Praia da Barra está liberada para banho, menos nos trechos em frente ao Quebra-Mar, à Rua Sargento João de Faria e ao 2º Grupamento do Corpo de Bombeiros. Além disso, o órgão informou que realizou uma vistoria recentemente no complexo lagunar de Jacarepaguá e que a ecobarreira instalada na altura do Itanhangá “está em operação”. “Serviços de melhorias para o equipamento e de implantação de novas ecobarreiras se encontram estão em fase de licitação”, destacou o Inea.
Enquanto há despejo de esgoto in natura nas lagoas, uma briga entre a prefeitura e a Cedae pelo saneamento de parte da região parece estar longe do fim. Em um Termo de Ajustamento de Conduta firmado junto ao Ministério Público Federal, a empresa se comprometeu a investir R$ 281 milhões em equipamentos.
O problema para a Cedae é que os equipamentos teriam de ser operados pela prefeitura. Isso porque, em 2007, foi assinado um Termo Recíproco de Direitos e Obrigações entre a prefeitura e a empresa, segundo o qual cabe ao município a responsabilidade pelo saneamento nas favelas da região.
Hoje, a prefeitura move uma ação civil pública contra a Cedae, com o objetivo de obter 7,5% de sua receita mensal bruta obtida no município do Rio, conforme um modelo adotado no Estado de São Paulo.
Fonte: O Globo
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