19/03/2019
O crescimento exponencial da mineração em todo o mundo é uma realidade que preocupa a comunidade científica. Já há, segundo cientistas, evidências convincentes de que as ameaças associadas a essa atividade estão aumentando globalmente, afetando diretamente tanto ecossistemas locais como aqueles distantes da atividade em si. Dentre essas ameaças está a possibilidade de acidentes e desastres como os que o Brasil presenciou nos últimos quatro anos: o rompimento das barragens de Mariana, em 05 de novembro de 2015, e mais recentemente, em 25 de janeiro deste ano, de Brumadinho, ambos no Estado de Minas Gerais.
Estudo coordenado pelo analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rafael Magris, com a participação de pesquisadores da Universidade de Vigo (Espanha), Universidade de Victoria (Canadá) e Universidade Freie de Berlim (Alemanha), reconstruiu a trajetória da pluma de sedimentos liberada pelo acidente ocorrido na barragem de Fundão, em Mariana. O objetivo era obter uma estimativa mais precisa sobre a área costeira afetada pela ruptura e os ecossistemas marinhos que sofreram impacto.
De acordo com Magris, o estudo utilizou simulações computacionais matemáticas, baseadas em dados hidrológicos (uso e ocupação do solo, vazão do rio, e concentração de sedimentos) e climáticos (pluviosidade, temperatura), observados ao longo da bacia do Rio Doce para o período compreendido entre 2000 a 2016 e combinou tal informação com dados das condições oceanográficas da região costeira adjacente (vento, correntes, profundidade).
"Com isso, foi possível avaliar a dispersão da pluma de sedimentos e a deposição dos mesmos ao longo da zona costeira durante a fase aguda do impacto. Após calibração e validação do modelo com dados reais, foi possível também fazer predições sobre o comportamento da pluma ao longo dos anos, até 2029", explica Magris, que coordenou o estudo. O pesquisador foi bolsista de pós-doutorado do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no âmbito da parceria CNPq/Vale/MITACS.
Em novembro de 2015, entre 50 e 60 milhões de metros cúbicos de lama contaminada com rejeitos da mineração foram liberadas na cabeceira do Rio Doce. Em pouco mais de um ano (desde o ocorrido até dezembro de 2016), o rio Doce exportou 74 milhões de toneladas de sedimentos - um aumento médio de 88%. Segundo Magris, considerando a quantidade de chuvas ocorridas no mesmo período, o rio deveria ter exportado apenas 2,4 milhões de toneladas de sedimento para o mar. "Ou seja, houve um aumento expressivo na quantidade de sedimentos transportados pelo rio", avalia.
Saiba mais no site do CNPq
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