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Sem soluções definitivas, ribeirinhos ainda sofrem com devastação do Rio Doce 3 anos após ‘mar de lama’

13/11/2018

De um lado, o Rio Piranga segue seu curso com águas esverdeadas. Do outro, o alaranjado sem vida do Rio do Carmo, pouco a pouco, impregna a paisagem de uma margem a outra. No ponto em que o Rio Doce é formado, sinais da maior tragédia ambiental já ocorrida no Brasil são evidentes. Três anos após o desastre de Mariana, na Região Central, o mato que cresce beira-rio disfarça a presença do rejeito de minério, mas a lama vinda da barragem da Samarco ainda está lá.
A maior parte da vida de José Márcio Lazarini, de 47 anos, foi dentro do rio. Mas, desde novembro de 2015, o morador da cidade de Rio Doce, na Zona da Mata mineira, nunca mais entrou nas águas onde estão suas raízes. Ao pescador e garimpeiro, faltam palavras para descrever o sentimento de ver sua felicidade e um dos principais cursos d’água do país devastados; sobra emoção.
Assim como o metal precioso, desde que a lama chegou ao município, cerca de 15 horas depois do estouro da barragem, os peixes estão só na lembrança de dias de fartura, segundo o morador, que também integra a comissão de atingidos na cidade. Ele conta que pegava dourados de até 20 quilos na região, maiores que os filhos dele quando eram crianças – e jura que não é história de pescador.
De acordo com a Fundação Renova, é realizado o monitoramento da fauna e floras terrestres de toda a bacia do Rio Doce. “Esse estudo, vai identificar, descrever e reparar os impactos provocados pelos rejeitos. Entre abril de 2017 e abril de 2018, foi feito o monitoramento populacional dos peixes em uma extensão de 670 km entre a Mariana e a foz do rio Doce. Foram 41 pontos de amostragem. Os resultados, em análise, devem apontar se houve diminuição na população de peixes nesta área, inclusive no município de Rio Doce”, informa a entidade por meio de nota.
Pelo relato de quem vive na região, Sem-Peixe bem que podia ser o apelido do rio por aquelas bandas. Mas o nome curioso batiza outra cidade da Zona da Mata do estado, que não fazia jus à alcunha, de acordo com a aposentada Maria José Ventura, de 76 anos.
Na cidade com cerca de 3 mil habitantes, cuja zona rural margeia o Rio Doce, a sensação é de se estar com sede dentro do mar. Apesar da fartura de água, moradores sabem que consumir uma de gota sequer, não é possibilidade.
Aparecida Helena Miranda Paiva Rodrigues é chefe do Departamento de Assistência Social de Sem-Peixe e também atingida pela tragédia. “Todos nós usávamos essa água do rio. Todos ribeirinhos usavam para quê? Para irrigar plantação, para o gado tomar água. Quando passou essa lama, nem o gado tomou mais”, afirma.

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