13/11/2018
O mel é o produto mais visível dos préstimos oferecidos de graça pelas abelhas. Mas, muito além de adoçar nossos alimentos, elas conseguem também adoçar o PIB agrícola brasileiro. Isso porque, dos 141 tipos de culturas agrícolas do país, 85 dependem de polinização por animais, principalmente abelhas. E um estudo da Universidade de São Paulo (USP) estimou que esse serviço prestado de graça gera uma economia de US$ 12 bilhões por ano à agricultura no Brasil.
Este é um dos dados revelados pelo "Primeiro Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos", lançado nesta quinta-feira, às vésperas da conferência mundial sobre biodiversidade, a COP-14, que acontecerá entre os dias 13 a 29 em Sharm El-Sheik, no Egito.
Elaborado pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES), que reúne alguns dos maiores especialistas do país no assunto, o diagnóstico aponta desafios e, sobretudo, oportunidades da exploração sustentável da diversidade.
O Brasil abriga 20% da biodiversidade da Terra, ainda tem 40% de sua cobertura vegetal e dispõe de 55 milhões de hectares de terras degradadas pela pecuária que poderiam ser revertidas em plantações, evitando novos desmatamentos, destaca o engenheiro florestal Fábio Scarano, um dos coordenadores da BPBES e presidente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS).
— Temos uma galinha dos ovos de ouro, e até agora só perdemos oportunidades. Está na hora de mudar o jogo — acredita Scarano.
No jogo está, por exemplo, a morosidade na discussão da ratificação do Protocolo de Nagoia, no Congresso Nacional. O protocolo existe há quatro anos e é o acordo global que regula a repartição dos benefícios da biodiversidade. O Brasil discorda de alguns pontos, mas não desata o nó que dificulta negócios baseados em produtos da biodiversidade.
Também coordenador da BPBES, o biólogo Carlos Joly destaca que a principal causa de perda de biodiversidade no país é o uso errado do solo. As mudanças climáticas também exercem grande influência.
— São as atividades humanas os principais vetores de perda de biodiversidade, seja por perda de habitat, por poluição, por demanda de exploração — afirma ele. — E a realização desse "Primeiro Diagnóstico" confirma que esse cenário vem se acentuando no Brasil de maneira muito rápida, talvez porque sejamos justamente o país com a maior diversidade do planeta.
A matéria pode ser lida em O Globo
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