08/11/2018
Um peixe considerado bastante raro intrigou moradores e funcionários do Mercado de Peixes em Santos, no litoral de São Paulo, logo após ter sido retirado, acidentalmente, do mar. A princípio, os peixeiros acreditavam se tratar de um ‘peixe-lua’. No entanto, a pedido do G1, um biólogo marinho identificou que o animal é, na verdade, um ‘peixe-opah’, o primeiro peixe de sangue quente conhecido pela ciência. Uma espécie oceânica rara, cujo aparecimento pode estar relacionado às mudanças climáticas.
A identificação só foi possível porque um morador da cidade resolveu fazer uma foto do peixe "gigante e diferente". "Ontem fui comprar peixe na banca 9, como de costume, e o pessoal estava pesando esse peixe que tinha acabado de chegar. Lembro que deu 32 kg. Tão pesado que até quebrou um isopor. Achei bonito e diferente, então pedi para uma das vendedoras segurá-lo e fotografei", explica Alfredo de Souza.
Segundo o morador, os peixeiros acreditaram que era um ´peixe-lua´. "A vendedora me disse que um pescador levou para pesar e só falou que tinha pescado ele a umas 150 milhas [240 km] da costa. O dono da banca tentou comprar a todo custo. Ofereceu R$ 200, mas o pescador não aceitou e foi embora", acrescenta.
A pedido do G1, o biólogo marinho e cinegrafista subaquático Eric Comin conseguiu identificar a espécie. Ele comenta que contou com a ajuda, inclusive de colegas que moram na Austrália porque, apesar de viver nas profundezas de águas oceânicas, o animal não é comum na costa brasileira.
O peixe-opah costuma chamar atenção pela coloração avermelhada e tamanho. Segundo especialistas, o animal pode atingir um comprimento máximo de 2 metros e um peso máximo de 270 kg.
"Esse peixe tem uma característica incrível. Eles estão sendo considerados os primeiros peixes no mundo a terem o sangue quente. Isso os ajuda também a se mover rapidamente para caçar as presas. A diferença para os demais é que os outros variam a temperatura do corpo de acordo com o meio ambiente. É um animal incrível justamente por todas essas curiosidades", finaliza Comin.
Fonte: G1
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