23/10/2018
Quando o tema é inseto, pode-se pensar na beleza da borboleta, na organização das formigas ou no nojo que as baratas provocam. Dificilmente um louva-a-deus estará entre os primeiros dessa classe de bichos, pelo menos no Brasil, onde é pouco estudado e, por isso, pouco difundido no senso comum. Ruim por um lado, essa impopularidade vira ouro nas mãos do Projeto Mantis, que pretende catalogar louva-a-deus raros, endêmicos da Mata Atlântica, e outros com registros históricos que foram descritos no passado e que nunca mais foram vistos, nem coletados. O programa foi criado por três alunos de biologia da Unirio que são voluntários no Laboratório de Fitossanidade do Jardim Botânico. Eles veem na lacuna acadêmica uma chance de conhecer melhor o animal e descobrir espécies. Há uma semana, o grupo anunciou um espécime de louva-a-deus ainda não catalogado, conforme publicou Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO .
O inseto ainda não tem nome científico, mas já é chamado popularmente pelos membros do projeto de louva-a-deus de coroa, devido ao formato da estrutura encontrada em sua cabeça, muito similar ao de uma coroa de verdade. A divulgação do novo espécime só foi possível quando, em maio, um exemplar fêmea passou voando pela orientadora do Mantis, Maria Lucia França Teixeira Moscatelli, no arboreto do Jardim Botânico. Até então, os pesquisadores do grupo só tinham como referência uma fêmea original do Museu Nacional, coletada há 83 anos, sem qualquer detalhamento.
O empréstimo feito junto ao museu, no ano passado, foi parte de um processo iniciado no fim de 2016, quando os estudantes encontraram pela primeira vez um louva-a-deus do tipo — estavam em Valença, no interior do Rio, cumprindo uma expedição pela Mata Atlântica viabilizada graças a um programa de fomento à pesquisa da "National Geographic".
Tendo avistado e coletado um macho, constataram, com o auxílio de um especialista peruano, que não havia registros desse espécime, e então foram atrás de exemplares antigos para fazer comparações e aprofundar as análises. Recuperaram — e salvaram do incêndio do museu, ocorrido em setembro — 13 insetos, sendo oito machos e uma fêmea da espécie que estavam explorando.
— Fomos atrás de outras fêmeas, porque alguns detalhes do exemplar do museu já não eram visíveis, mas não conseguíamos encontrá-las. Quando ela apareceu no Jardim Botânico, já tínhamos coletado outros machos, embora não houvesse mais nenhum vivo para desenvolver a pesquisa. A própria fêmea já era adulta, e morreu um tempo depois. Desde então, nunca mais achamos um espécime feminino — relembra Leonardo Lanna, um dos fundadores do Projeto Mantis, que agora direciona os estudos para louva-a-deus do gênero Vates.
A matéria na íntegra pode ser lida em O Globo
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