17/07/2018
A ocupação desenfreada de Guaratiba e das vargens Grande e Pequena, na Zona Oeste, que favorece a indústria da grilagem e da construção clandestina em terrenos da região, também estimula a ganância de quem explora o subsolo para desviar água de adutoras da Cedae e perfurar ilegalmente poços no Aquífero de Guaratiba, uma das mais importantes reservas da cidade.
Sob o solo em disputa, o aquífero corre um duplo risco de contaminação, seja pelas perfurações da rocha ou pelo avanço das construções, que impermeabilizam o terreno, retêm a passagem da água e impedem a renovação natural do estoque. Milicianos, que também se beneficiam de leis que favorecem a expansão de construções ilegais, conforme publicado ontem no GLOBO, são apontados como os responsáveis pela abertura de poços artesianos na região e pela venda irregular do produto.
Um monitoramento realizado no Aquífero de Guaratiba pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro mostrou que o nível no subsolo apresenta profundidade média de 1,24 metros a 4,13 metros, nas áreas de planície. Essa água serve, por exemplo, para produtores de plantas ornamentais regarem a plantação.
Em 2015, reportagem do GLOBO sobre o mercado clandestino da água em Guaratiba desencadeou uma investigação da Polícia Civil. Três anos depois, porém, moradores dizem que o cenário não sofreu alteração. Consequentemente, antigos poços artesianos, de residencial, começaram a apresentar sinais de escassez, algo inimaginável no início da década.
De acordo com os relatos, é possível flagrar o tráfego de 50 caminhões-pipa por dia na Estrada do Morgado, carregando cerca de 20 mil litros de água. Os destinos normalmente são comunidades próximas, como Jardim maravilha, Cinco Marias e Foice, onde o fornecimento legal de água é falho, e chega até as vargens e ao Recreio. O custo para o consumidor seria em torno de R$ 800, por caminhão.
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