08/02/2018
Como a febre amarela rompeu os limites da Floresta Amazônica e alcançou o Sudeste, atingindo parques e matas próximos de grandes centros urbanos de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo?
Cientistas se debruçam sobre três teses que tentam explicar o fenômeno. A partir do ano passado, o número de casos da doença alcançou níveis sem precedentes nos últimos 50 anos, provocando correrias a postos de saúde – inclusive de pessoas que não se encontram em áreas de risco.
Segundo o Ministério da Saúde, desde o início de 2017 foram confirmados 779 casos, 262 deles resultando em mortes - o maior surto de febre amarela silvestre (ou seja, transmitida em área de floresta) da história. Outros 435 registros ainda estão sob investigação.
Casos de pessoas infectadas no Sudeste começaram a ser registrados no início dos anos 2000, afirmam especialistas, e já havia a indicação de que a doença estava progressivamente migrando para o litoral leste do país. O que pegou alguns pesquisadores de surpresa foi a rapidez com que o vírus se espalhou.
De acordo com uma das teses que tentam explicar essa migração, um humano infectado na Amazônia teria se deslocado em seguida para alguma região de Mata Atlântica, possivelmente em Minas Gerais, e sido picado lá por outros mosquitos, que teriam depois espalhado a doença.
Uma segunda hipótese é a de que insetos que adquiriram o vírus na Amazônia foram se deslocando progressivamente para o sul do país, por meio de corredores de floresta e rios, passando por Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro. A estimativa é que um mosquito seja capaz de voar por cerca de 3 km por dia.
Uma terceira tese aponta desequilíbrios ambientais causados pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), como fator responsável por multiplicar casos de contaminação por febre amarela. Segundo essa teoria indica, o desastre ambiental eliminou predadores dos mosquitos, aumentando a população desses insetos.
Descobrir o que provocou a chegada do vírus ao Sudeste e o aumento inesperado de casos é importante, segundo especialistas, para detectar por onde a doença ainda deve passar e adotar medidas de prevenção contra novos surtos, com campanhas de vacinação e de eliminação de focos de mosquito.
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