19/10/2017
Desde meados de setembro é possível conferir o desmoronamento do calçadão da Praia da Macumba, na Zona Oeste do Rio. Atualmente, mais de 300 metros da orla estão interditados e são cada vez maiores as crateras entre o asfalto e o mar. O cenário de destruição representa perigo aos moradores da região, mas também desaponta os principais frequentadores do local: os surfistas.
O veterano Rico de Souza estima que este foi o nono incidente do tipo no trecho, desde a conclusão das obras do ECO-Orla, em 2004. A diferença desta vez foi a extensão dos estragos. Rico acrescentou que, junto com colegas, vai insistir com a prefeitura para investir em um projeto definitivo para estabilizar a orla. Os surfistas foram convidados para uma audiência pública agendada pelo vereador Carlo Caiado (DEM) na semana que vem, na Câmara.
— Os estragos aumentaram. Para o surfista pegar onda perto do trecho que ruiu, só se andar pela areia — disse Rico.
O presidente dA Federação de Surf do Estado do Rio de Janeiro (FESERJ) e engenheiro costeiro Guilherme Aguiar relata que há13 anos participou de uma reunião entre engenheiros da COPPE/UFRJ e técnicos da Fundação Rio-Águas, que tratou do projeto ECO-Orla. Na ocasião, uma de suas professoras alertou que as obras planejadas para a Praia da Macumba seriam destruídas pelas ondas no futuro. Para Aguiar, o fato de a prefeitura ter ignorado por tantos anos esse problema foi a principal causa do cenário atual de destruição.
— A praia da Macumba foi mal urbanizada e isso poderia ter sido evitado. A ganância do homem fez com que fossem construídos prédios e um calçadão em cima da faixa dinâmica da praia, justamente uma área de proteção da costa que se modifica de acordo com as ações do mar — afirmou o engenheiro e surfista.
Segundo Aguiar, o mesmo fenômeno que ocorreu no Recreio pode ser percebido na Zona Sul. A Praia do Arpoador, em Ipanema, apresenta hoje uma pequena faixa de areia, enquanto no Leblon a distância entre o calçadão e o mar aumentou.
— No Arpoador a estrutura do calçadão é mais forte, e têm resistido a esses fenômenos com o passar dos anos. Mas acredito que na Praia da Macumba vão pagar ainda muito caro pela urbanização que foi feita. O ideal seria reconstruir dunas e a vegetação costeira, o que só poderia ser feito, por exemplo, com o recuo do calçadão e o deslocamento das residências. — concluiu Aguiar.
Morador da região, o surfista Daniel Friedman diz que, em dias de boas ondas, duzentas pessoas praticam o esporte simultaneamente. Ele conta que o acidente dificultou o acesso à Macumba, que deverá perder boa parte de seus frequentadores até que a área seja recuperada.
Fonte: O Globo
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