15/08/2017
Um dos locais mais frios da Terra está ficando tão quente a ponto de derreter. Geleiras, calotas de gelo e uma imensa camada de gelo sobre o Ártico estão descongelando por causa do calor acima e o aquecimento das águas por baixo. Cientistas alertam que a região polar norte está aquecendo duas vezes mais rápido que o resto do planeta, acionando o sinal de alerta.
— O derretimento do Ártico irá nos assombrar — prevê o climatologista alemão Stefan Rahmstorf, à Associated Press.
Enquanto líderes globais colocam como objetivo limitar o aquecimento do planeta em 2 graus Celsius em relação ao período pré-industrial, o Ártico já superou esta perigosa marca. No ano passado, o Círculo Polar Ártico alcançou temperatura média 3,6 graus Celsius acima do normal.
Décadas de estudos apontam que a Terra está ficando cada vez mais quente por causa do aprisionamento de gases-estufa lançados na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis e outras atividades produtivas, como a pecuária. E os modelos apontam que o Ártico irá se aquecer mais rápido que o resto do planeta. Mensurações em tempo real mostram que eles estão certos.
A região é praticamente toda coberta por uma camada de gelo, e o descongelamento inicia um ciclo que acelera o processo de aquecimento. A cor branca do gelo reflete parte do calor do Sol de volta para o espaço, mas quando ele degela, o branco é substituído por cores escuras do oceano ou do solo, que absorvem calor, explica Walled Abdalati, cientistas da Nasa baseado na Universidade de Colorado.
O calor é transferido de volta para a atmosfera durante o outono e o inverno, em forma de vapor d’água, um gás-estufa que aprisiona mais calor. Mais nuvens são formadas, agindo como um cobertor, aponta Mark Serreze, diretor do Centro de Dados de Gelo e Neve em Boulder, no Colorado.
Neste novo cenário, o inverno é crucial. Em três oportunidades nas duas últimas temporadas de frio, a temperatura do ar perto do Polo Norte esteve perto ou até mesmo acima do ponto de congelamento. Isso é cerca de 50 graus Celsius acima do que deveria ser. De novembro do ano passado a fevereiro deste ano, a temperatura em Barrow, no Alasca, estava 7 graus Celsius mais quente que a média do século XX, e o mesmo foi registrado no extremo norte do Atlântico e na Groenlândia.
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